segunda-feira, março 26, 2007

É o que temos…

Salazar foi eleito o melhor português de sempre, com 41% dos votos dos portugueses. Aposto que isto era coisa com que o nosso amado ditador nunca sonhara. Ele na altura bem se fartava de dizer que era o melhor português mas nunca pensou que os portugueses caíssem mesmo nessa.
Ora, aí têm. A prova final de que Portugal não só parece o cu da Europa como é! Desenganem-se os que acreditam que lá no fundo Portugal tem potencial desperdiçado, que um dia há-de voltar a endireitar-se, que não somos governados por uma cambada de idiotas, (não) eleitos por uma cambada de idiotas ainda maiores. Somos! Portugal, para quem ainda não se tinha apercebido, é isto! É o país que vibra com a Bela e o Mestre, o Tony Carrreira, a selecção nacional e o Salazar!
E pronto agora já não temos onde nos esconder e corremos o sério risco de sermos despromovidos a país do 3º mundo.

CHESB, que tinha apostado o dedo mindinho em como ganhava o Salazar e agora tem três mindinhos!

13 comentários:

Morcegos no Sótão disse...

Ai que vergonha esta!

Eu ainda tinha fé nos portugueses, mas já vi que tu é que és a verdade absoluta! A partir de hoje, vou sempre acreditar piamente em ti!xD

O Salazar... E o pior é que eu choro mais pelo 8º lugar do meu Pessoazinho...='(

E aquele 2º lugar foi outra vergonha! Tanto português decente que há por aí, caramba!

nirky

Ludovico M. Alves disse...

E o que raio fazes tu com três mindinhos.

Os dois primeiros lugares, por favor... nem comento a tristeza. Mas fiquei contente com o terceiro. Julgava os portugueses capazes de esquecer o que não devia, já que cometem crimes ainda piores. Como ter um ditador e um aspirante a ditador nos dois primeiros lugares...

E seum inglês do Chelsea disse sobre a ida de Mourinho pra o Barcelona, "o que vai ele fazer para Espanha, um país do terceiro mundo?"...

Nem quero imaginar quando ele volta a Portugal nas férias. Se Espanha é de terceiro mundo... Ao menos eles não consideram o Franco o maior espanhol de sempre...

Morcegos no Sótão disse...

Em Espanha não fizeram o concurso. Nem em Itália. Talvez os espanhóis e os italianos sejam mais espertos que nós e não queiram correr o risco de ver ditadores ganharem!xD

Não fiquei contente com nenhum dos 3 primeiros lugares. O menos mau ainda foi o Aristides de Sousa Mendes, mas mesmo assim?

Ele ajudou umas quantas dezenas de pessoas a fugirem aos horrores da 2ª Guerra Mundial, o que faz dele um grande homem, algo inperetrivelmente diferente de um grande português. Pelo menos na minha interpretação. Ser um grande português é ter feito algo grande pelo país e o Sousa Mendes integrar-se-ia numa categoria de português humanitário ou coisa parecida, o que ele fez não projectou propriamente o país no Mundo nem o fez sair do buraco em que estava. Mas bom, antes ele que Cunhal e Salazar!

Bah!

nirky

Ludovico M. Alves disse...

Na hipotetica hipotese, continuariam sem escolher.

Mesmo assim, normalmente os humanistas tendem a ser esquecidos. Mas nesse aspecto, já tinha chegado estar no top 10. Ao menos denota que os portugueses procuram mais qualidades do que "ser ditador."

Até o consulado dele está na lista para ser fechado, logo sim, Aristides de Sousa Mendes nem sequer pode competir com os outros em termos de projecção e legado.

Migas-o-Sapo disse...

Eu ainda acredito muito nos Portugueses. São a minha gente, caramba! Fiquei, no entanto, muito decepcionado quando o Cavaco venceu as eleições. Já do referendo não digo nada porque o resultado era inválido.
Primeiro: isto é só um concurso, nada mais. Apenas serviu para despertar nas pessoas o interesse pela nossa história.
Segundo: o método de votação era imperfeito, pelo que uma pessoa podia votar mais do que uma vez. Aliás, sondagens paralelas realizadas demosntram que o número um seria o Dom Afonso Henriques. Salazar e Cunhal ficariam só em sétimo e oitavo, respectivamente.
Terceiro: é inegável que o Salazar tenha sido uma besta mas daí a compará-lo a Franco? Por amor de Deus! Não há comparação possível! O Salazar foi ruim, sim senhores, mas também fez coisas boas: escolas, esquadras, postos, estações dos correios, embaixadas, consulados, tudo coisas que estes corruptos e imbecis da Terceira República, que se diz democrática, estão a eliminar.
Quarto: as pessoas não votaram no Salazar por gostarem dele, estão é chateadas com os actuais governantes e o degradante estado a que o país chegou. Antes Portugal era um país miserável e "orgulhosamente só" onde reinava o medo da PIDE mas toda a gente tinha trabalho, havia segurança, confiança, entreajuda e respeito. Agora não está tão mau para a população em geral e há liberdade mas a independência é uma fantochada (Portugal pouco mais é que uma província do Impér... perdão, da União Europeia), e proliferam o desemprego, a insegurança, a desconfiança, o egoismo e a mal-criação. Agora vamos lá pensar o que será pior.
Esses políticos corruptos que se atirem todos ao alto mar, pode ser que assim o país melhore.

Morcegos no Sótão disse...

A verdade é que a época dos ditadores existiu na Europa e não foi só Portugal que os teve. Foi a Espanha, Itália, URSS, Alemanha, que seja do meu conhecimento. Para tantos países se deixarem enveredar pelo caminho fácil da ordem e opressão, é porque a ditadura teve o seu espaço em que foi útil e necessária.

Aliás, Mussolini foi amplamente aplaudido quando tomou o poder (devo estar errada, mas se a memória não me falha, houve uma procissão qualquer a que chamaram Marcha de Roma?). Salazar tinha o apoio de todo o povo quando subiu a Primeiro-Ministro. De Hitler nem é preciso falar, certo? O caso de Estaline é o mais irregular de todos estes e Franco confesso que não é do meu domínio.

Quero com isto dizer que os ditadores, quando surgiram, eram precisos para endireitarem povos e países. Os seus primeiros meses de 'reinado', talvez até anos num ou noutro caso, foram tempos em que a moral dos povos se levantou e a política/economia/sociedade dos países trilhou um caminho de estabilidade. Os ditadores cumpriram o seu dever à partida. O problema foi que essa estabilidade trouxe a estagnação e a moral dos povos passou a ter de estar levantada por obrigação.

A ditadura não surge por acaso na maios parte das vezes. Surge porque o povo quer. E aposto um dedo do pé em como cada ditador fez pelo menos UMA coisa boa pelo seu país/povo, apesar da maior parte da publicidade ao fascismo ser apenas negativa.

nirky

Ludovico M. Alves disse...

Eu ontem disse já não sei aonde e voltei a repetir hoje de manhã que não ia falar no ridículo da questão, que já tinha sido dito o que havia para dizer. Mas não consegui deixar de pensar sobre o assunto... e cheguei à conclusão que há para dizer sim.

A escolha do Salazar para Melhor Português indica o desespero do povo. E a sua preguiça. E a sua estupidez.

Citando um escritor humorista, mas mesmo assim do seu valor, ser um tirano é mais difícil do que ser um ditador. Numa democracia, sempre podes culpar o povo por te ter metido lá. O povo está cansado de "pequenos tiranos". De uma democracia cansada, de hipocrisias. De propostas de leis passadas por debaixo da mesa, de pagaram para perderem direitos, de corrupção desbaratada, de autênticos poços de burocracia, de ciclos rotativos... de toda uma dança que vai dar ao caminho da ditadura.

O povo sabe que não. Que é tudo uma farsa, quando se obtem governos que até zombam do direito à manifestação. Quando é um jogo de sacudir capotes e vocês meteram-nos cá. Mas não há força, não há maneira de moverem a mudança.

Não, deixam-se estar mergulhado na depressão, no seu desespero mergulhando-se em vil venenos. Venha o ópio do futebol, dos enlatados da TVI e da divina estupidez!

Mas o português é um ser saudoso. E esta cambada de degenerados, ao invés de usar esse facto como força motriz, para mudança, afunda-se em saudosismos parvos.

E assim escolhem o Salazar.

E o que eu digo sempre... quem sacrifica liberdade por segurança, perde ambos e não merece nenhum. E por muito que eu ame Portugal, os portugueses estão a merecer isso.

K1111 disse...

Pois eu concordo com a maioria das coisas ditas por aqui. Eu já tinha mencionado num post mais abaixo que isto era acima de tudo um grande pontapé no cu dos politicos portugueses. No entanto, eu esqueci-me de mencionar no post mais recente que os portugueses que elegeram o Salazar deviam de estar era contentes com este governo. Afinal, maioria absoluta é o mais perto que temos de uma ditatura na democracia XD
O Salazar, de todos os ditadores mencionados, pode-se dizer que é o menos megalomano e, mais importante ainda, o com menos sangue nas mãos. O exterminio de inteiras raças ou a experimentação cientifíca da mais grotesca nas mesmas, rivaliza com certeza com a PIDE ou a mocidade portuguesa. E o facto das pessoas a dada altura terem todas aclamado esses mesmos ditadores só revela que o povo é estúpido e volúvel. Não há nada mais desinformado e caprichoso do que a opinião das pessoas como um todo. E aí reside a grande tragédia da democracia. Se o povo não SABE votar e participar activamente na vida civica e política do seu país, votar de pouca ou nada serve Mas ao invés de deixarem de ser todos uma cambada de analfabetos e desinteressados preferem então o ditador, parece-me. Se é entre voto informado e não voto a escolha... ai isso dá muito trabalho e tal. E não me venham dizer que esse não é o verdadeiro espirito da maioria dos portugueses.

CHESB

Migas-o-Sapo disse...

Na Espanha deram-se umas eleições e ganhou uma coligação esquerdista composta por comunistas, socialistas e anarco-sindicalistas. Acontece que uma grande parte da população, mais moderada e conservadora, achou que este resultado transformaria a instável e recente República num regime fanático do estilo do soviético ou do chinês. Com o apoio dessa parte da população, um regimento aquartelado no Marrocos Espanhol e liderado pelo nosso conhecido Francisco Franco, General, decidiu avançar para Madrid. O Governo, para defender a sua posição, começou a distribuir armamento entre a população. O resto da história já nós conhecemos.
O Ludovico está a ver mal as coisas. Este resultado não ilustra, de modo algum, a preguiça e estupidez dos Portugueses. Muito pelo contrário: a estupidez dos seus políticos, que já há muito que abdicaram do seu dever de governar o país em prol da União Europeia para se dedicarem ao tachismo e outras formas de corrupção. Os Portugueses não são degenerados; se mantêm o seu saudosismo, então é porque se mantêm iguais ao que sempre foram: esperançosos de que as coisas más passem e as boas regressem. Com estes políticos? Vai ser preciso um milagre!
Nós não merecemos isto. Nós merecemos que seja feita justiça e que sejamos bem governados e por quem é de direito e seja isento de dúvidas.

K1111 disse...

Falas como se os governantes fossem uma outra espécie de pessoas, criadas numas quintas especiais. São portugueses também. E são degenerados também. Os portugueses são estúpidos sim porque não querem deixar de o ser. Muitos usufruem desses tachismo ou da afamada cunha. E acham bem! Preferem queixar-se do que fazer qualquer coisa, do que educar-se, do que informar-se. Muitas vezes queixam-se sem saber do que estão a falar, só porque sim. Ser esperançoso não é ser nada. Ser esperançoso é para quem não pode fazer mais nada. Ser esperançoso é para... bem, francamente, para fracos e inuteis. Nada caí do ceú. Nós NÃO VIVEMOS numa ditadura. Ainda. Logo toda a gente tem direitos e deveres e tem direito a ser ouvido e o dever de falar. E é por muitos não cumprirem os seus deveres que muitos não usufruem dos seus direitos. Toda a gente pode fazer o que quiser com a vida. Agora quando o povo é tão medíocre quanto os seus governantes... Bem "match made in heaven" não?

CHESB

Migas-o-Sapo disse...

Não vêm de nenhuma quinta isolada, pois não? Mas parecem. São portugueses também, é verdade, mas esses sim degenerados. Quando estão no meio de origem, todos dizem que isto é uma desgraça e que o povo vive oprimido mas quando assentam os seus traseiros no poleiro e começam a cantar de galo, esquecem-se logo que foram pequenos, como todos nós.
Uma boa parte do nosso povo tornou-se incompreensivelmente estúpida, sim, e também é verdade que muitos se queixam sem razão mas eu acredito que a razão ainda habita em cada pessoa, basta apenas fazê-la vir ao de cima... nem que seja com um bom puxão de orelhas. Como diz o velho provérbio: "rei fraco faz fraca a forte gente." É por isso que nos tornámos broncos.
Enganas-te numa coisa e é aí que reside uma fraqueza tua: a esperança é tudo. Quem é esperançoso é paciente e quem é paciente será bem sucedido, mais cedo ou mais tarde. A esperança não é coisa fracos e inúteis mas sim aquilo que move religiões, nações e paixões. Não será, portanto, uma coisa poderosa?
Não vivemos numa ditadura, ainda bem! Mas não se terá a nossa liberdade transformado em libertinagem? Não será por isso que as pessoas se queixam? Relembro o que disse há alguns dias. Antes Portugal era um país miserável e "orgulhosamente só" onde reinava o medo da PIDE mas toda a gente tinha trabalho, havia segurança, confiança, entreajuda e respeito. Agora não está tão mau para a população em geral e há liberdade mas a independência é uma fantochada (Portugal pouco mais é que uma província do Impér... perdão, da União Europeia), e proliferam o desemprego, a insegurança, a desconfiança, o egoismo e a mal-criação. Agora vamos lá pensar o que será pior.
Uma pessoa só pode fazer consigo o que quiser desde que não prejudique os outros ou ele próprio. É por causa desse excesso de permissividade que a nossa pseudo-democracia está como está.
O nosso povo não é medíocre, esses intelectualóides de treta que proliferam por aí é que nos tentam fazer acreditar que é. Se achas que é, porque é que não te piras para o estrangeiro? É que deve ser muito incomodativo viver entre pacóvios, não? Ou será que tens esperança que mudemos? Apenas votamos naqueles estronços porque não temos outros em quem votar, são todos iguais.
Jovem, ainda tens muito que aprender na vida.

P.S.:Não percebi a última frase. É que eu sou muito medíocre. Mal percebo português, quanto mais inglês.

K1111 disse...

Eu, ao contrário do que deves estar para aí a imaginar, não sou um desses intelectuais do bloco de esquerda que querem rebentar com tudo o que é ordem e civilidade e que comem criancinhas católicas ao lanche. Eu, a tola jovem, por surpreendente que venha a ser para sua excelência tão sábia e envelhecida, concordo em que a libertinagem não é o oposto da opressão. Outra coisa que o povo português confunde. Liberdade com libertinagem. Eu sou uma ferranha crente da verdade " a nossa liberdade acaba quando a liberdade dos outros começa" e viver no medo e na insegurança e numa época em que o respeito parece extinto é também, para mim, um outro género de ditadura. Eu gosto do respeito, muito obrigado, mas tu escolheste ignorar a parte em que falo de direitos e deveres e concentrar-te no meu abominável anti-patriotismo. A verdade é que quando possa, sinceramente, talvez me mude. Isso não quer dizer que não gosto do meu país. Mas pacóvios há em todos o lado... tudo depende da concentração em que os há. Há muito bom português por aí, nem eu disse o contrário e nem me estou a contar como estrangeira. Ou a dizer que sou a única portuguesa de jeito que resta no mundo, jovem -.- Agora advogar que grande parte dos portugueses não é estúpida e preguiçosa ( e por sua própria escolha!) mas sim apenas cheia de esperança é no mínimo ser... esperançoso demais. Tu é que me parece tens de abrir mais os olhos e ver o ambiente à tua volta. Pegamos por exemplo na educação. Tudo mentes brilhantes e trabalhadoras nas escolas em que tu andaste? Certamente vives numa linda realidade alternativa se sim, em que os políticos é que são a causa da mediocridade VOLUNTÁRIA das pessoas. Vivo num país, que, desde que me conheço como gente, facilita a vida aos idiotas oportunistas e dificulta-a às pessoas com potencial e inteligência. Onde se é sovina a dar notas altas mas já se pode ser esbanjador a erguer notas muito baixas. E isto é culpa dos politicos?
Se queres entrar numa de provérbios populares " Em terra de cego, quem tem olho é rei".
E eu não tenho nada contra a esperança. Eu também sinto esperança e ainda a tenho para Portugal obviamente mas a esperança em que eu não acredito é naquela de ficar a olhar para cima à espera que os meus sonhos aterrem numa nave espacial...
Mas isto no fundo, é como Olhão. Posso não achar a minha terra a melhor do mundo mas é e vai sempre ser a MINHA terra. Com Portugal passa-se o mesmo.
("Match made in heaven" - Literalmente? Combinação feita no céu. Ou seja, combinação perfeita. E calma que ter opinião não é um atentado terrorista XD)

CHESB

Migas-o-Sapo disse...

Óptimo. Obrigado pela explicação! :)
Agora estou realmente satisfeito. Vejo que concordamos em praticamente todos os pontos.
:)