segunda-feira, setembro 11, 2006

Ser político é que está a dar...

Ao que parece, no passado Sábado, o Ministro da Economia, Manuel Pinho, foi apanhado em excesso de velocidade na A1. Quando digo excesso de velocidade é mesmo um grande excesso de velocidade que chegou aos 212 Km/h.
Esta situação deixou-me a pensar... Num país onde só os "pobres" é que custumam ser acusados de todos os males da sociedade - ladroagem, violência... - ora aqui está uma situação em que ter falta de dinheiro nos impede de quebrar a lei com grandes excessos de velocidade. Ora vejamos, qual é o "pobre" que tem um carro com capacidades para dar 200km/h? Nenhum!! Porque só os belos BMWs, Audis, e por aí fora, é que atingem essas velocidades maravilhosas. Que maravilha, ser pobre ajuda a poupar em multas por excesso de velocidade.
Parece o Senhor Manuel Pinho estava atrasado para uma reunião com o presidente da Câmara de Matosinhos e quando o mandaram parar foi esta a situação que ele explicou às autoridades, que o deixaram seguir viagem!! Já estou mesmo a ver os polícias "Ah, é o Senhor Ministro da Economia! Desculpe lá o engano, que disparate! Para si até fazemos o jeitinho e deixamo-lo ir a 220! Vá-se lá embora, não se atrase mais!" Claro que durante esta bela operação Stop, outros condutores foram mandados parar e foram todos autuados, mas nenhum deles, segundo explicações das autoridades, ia em missão de serviço público. Sim, porque a reunião do Ministro da Economia com o Presidente da Câmara de Matosinhos, ao que parece, era de extrema importância e interesse para o país, de tal modo que se o Manuel Pinho não seguisse viagem uma catástrofe abater-se-ia sobre o país e já não estávamos cá hoje para contar a história!!

Maria das Patacas - indignadíssima!!

6 comentários:

K1111 disse...

Tu achas que a construção de uma IKEA não é assunto de vital importância para a nossas vidas? Toda a gente sabe que a vida melhora tipo 300% quando nasce uma IKEA perto de nós! XD

CHESB

Migas-o-Sapo disse...

Dualidade de critérios, é o que eu digo. O grande é sempre grande, o pequeno é sempre espezinhado e não pode crescer. Corruptos do camandro!

Anónimo disse...

Faz-me lembrar aquela treta do futebol. Interesse público...

Migas-o-Sapo disse...

Se o público tiver o nome deles...
Eu acho que na política, qualquer que seja a diferença entre isso e o futebol actual, já não há interesse público, há sim interesse no público, em particular no seu bolso.

Anónimo disse...

O Ministro ainda ía para uma reunião, pior sãp os que passam por nós para reunião nehuma, uns para os copos outors para chatearem o parceiro, oputros para mostrarem que têm um carro novo enfim. As estradas portugueseas andam cheias de carros bons. Eu que nunca tiveram dinheiro para me oferecer um triciclo, fico contente por ver passar esta gente toda coms bons carros ( pena, só o disparate das velocidades). Bendito 25 ABr. que deu tanto a tanta gente, digam o que disserem. Alguns destes marmanjos andavam descalços como eu e outros os conhecemos. E agora até dizem que esta época é que é má. Não há paxorra para ouvir tanta parvoice por aí. ! Que seja sempre cada vez melhor apesar do ministro ser careca, do secretário de estado ter
óculos Yve St. L ou outra ranhosice qualquer. Boa noite a todos. Helio

Migas-o-Sapo disse...

Acho que aqui o Anónimo Hélio tem razão em grande parte. Eu sei muito bem o que é andar roto ou descalço e passar dificuldades. As pessoas agora queixam-se muito da crise e de mais não sei o quê mas a vida agora é muito melhor do que o era há 20 anos atrás ou nem tanto, quanto mais no Estado Novo. Eu não sou suficientemente velho para ter conhecido esse tempo mas vejo como as coisas eram quando eu era novo e como são agora e oiço aquilo que me contam de tempos passados, leio e investigo-os. Crise actual? Qual crise? Temos é um país de gente mimada e esquecediça, é verdade. Mas a Terceira República também não é um mar de rosas e laranjas. É certo que trouxe uma imensidão de novas oportunidades e liberdade (que aliás não soube ser aproveitada) mas também é o espelho da deadência notória da nossa civilização. Portugal é uma sombra muito negra, uma verdadeira ruína, do seu passado. Chegámos ao paradoxo de termos, simultaneamente, uma proporcionalidade directa entre aumento do nível de vida e degradação da ordem e da autoridade do Estado. Isto é insustentável e qualquer dia levará ao colapso do sistema. Parvoíce parvoíce é estes idiotas que agora sentam os seus delicados traseiros nas suas cadeiras no Terreiro do Paço e Etc. andarem a destruir o que pouco de bom o Estado Novo fez fechando escolas e hospitais. Isto sem falar noutras coisas igualmente ou mais gritantes. "Oh, contenção orçamental, ah, controlo do défice." Tretas! Porque é que não se contêm eles nas extravagâncias? Que se lixe, os pequenos é que pagam! Agora vamos lá ver: esses idiotas/bêbados/exibicionistas que tornam as estradas um campo de batalha por futilidades são profundamente reprováveis, sim senhor, mas a questão aqui não é essa. O que aqui está em causa é o castigo à arraia miúda enquanto o grande benificia do perdão. Parece-me mais do que evidente que a Lei e a Justiça não funcionam.
Boa noite também para o Senhor Hélio.