Aparentemente a nova revolução online é o jogo Second Life, onde virtualmente qualquer pessoa pode ter a vida que sempre sonhou. Para os insatisfeitos com a sua vida não há nada melhor, e o que não falta por aí são pessoas insatisfeitas. Ao entrar para esta comunidade, o jogador pode imediatamente escolher um corpo de sonho, um nome de sonho... enfim, tudo o que sempre sonhou para apetrechar o boneco com que vai passar a jogar. Mas se quiser ter o seu carro de sonho, casa de sonho, roupa de marca de sonho, já não é assim tão fácil. Isto porque se trata de um jogo onde as pessoas pagam para comprar tudo o que sempre sonharam. Pagam dinheiro bem real, e não virtual, para vestir os bonecos, tentação ainda maior por terem à sua disposição artigos (virtuais, claro!) de marcas bem famosas e bem caras. O jogo não fica por aqui: é possível também interagir com outros bonecos criados por pessoas em todo o mundo e, quiçá, namorar, casar, comprar casa juntos...
Este jogo está a ter imenso sucesso e a ter cada vez mais aderentes. Para mim, o número crescente de aderentes só significa uma coisa: há cada vez mais pessoas descontentes com a sua imagem, que se escondem atrás de um computador e preferem viver uma vida virtual do que a sua própria vida; preferem gastar dinheiro a embelezar um boneco do que a mimar-se a si mesmas; preferem não ter vida social real, mas sim uma vida ilusória.
A escravidão do ideal de beleza que tem vindo a submergir toda a sociedade está a tomar proporções cada vez mais alargadas. Já não basta os protótipos de beleza estarem todos os dias à nossa frente (na TV, na revista, na rua), como agora também se traduzirem em consumismo virtual? Isto é o cúmulo do ridículo, onde é que já se viu, gastar dinheiro bem real para emebelzar um boneco com o qual se brinca? Bem, eu fazia isso quando tinha 6 anos e brincava às barbies...
Para aqueles que são filósofos, e consideram que só as pessoas fúteis se deixam cair na escravidão dos ideias de beleza, não será ainda maior futilidade (ou imbecilidade) espelhar esses ideias em algo que nem sequer é real?
Para além disto, quem raio é que se pode dar ao luxo de ter uma Second Life? E a first life? Serve para ganhar dinheiro para jogar na Second life? A todos os que caem nisto, please, GET A LIFE!!!
Maria das Patacas
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9 comentários:
Gastar o meu rico dinheirinho com roupas virtuais! Para isso gastem-no em cirurgião estética XD Malta que afirma que já gastou mais de 1500 doláres nos seus bonecos...
Já agora... E uma Third Life seria o quê? XD
CHESB
E eu pensava que não se podia ter mais Second Life que os The Sims...
I was wrong. =P
É o espelho da sociedade. Cultiva-se o medo de viver a sério através de mecanismos de competição, maldade, frustração, implementação de medos de derrotas e falhanços...
Os sonhos são bem melhores... Não é?
MJNuts
Isto é engraçado... Chegam a existir universidades que dão cursos "reais" dentro da Second Life.
É cad uma...
já tinha ouvido falar no second life mas não sabia que era preciso gastar dinheiro dessa forma! parece ser uma espécie de tunning da alma!
É que nem da alma é... É tunning de um alter-ego virtual.
CHESB
Se eu tivesse metade do dinheiro que eles gastam nisso para mim, sniff... o tuning que fazia.
Mas não vale a pena sonhar com o dinheiro mal gasto dos outros. É como dizia o outro... se eu tivesse os abdominais do Leonidas, também eu andava de tanga.
So true! XD E as coxas! Aquelas coxas… equinas.
CHESB
Bem, as coxas podia manter...
Li uma notícia hoje que me deixou parvo. Isso do Second Life é mais sério do que eu pensava. A NASA anda a recrutar pessoal através do Second Life.
Jovem, CV? Os curricula estão ultrapassados. Second Life é a chave para o emprego!
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