quinta-feira, setembro 01, 2005

"Grito de alma com a alma aos gritos" ( de tal maneira que nem se ouve a ele mesmo...)

Parece haver entre jornalistas e comentadores políticos uma séria dificuldade em descortinar o último e glorioso discurso do 3º maior mártir nacional (o 1º é o Pinto da Costa, o 2º o Santana Lopes. A tabela está sujeita a alterações), Manuel Alegre (logo em cheio na hora do jornal e que ocupou desnecessariamente uns 15 minutos do mesmo).
O sentimento instalado entre os canais generalistas imediatamente a seguir ao comunicado era, na melhor das hipóteses, “HÃ?!” (o que renovou a minha suspeita, já antiga, de que por lá são todos analfabetos), logo acharam melhor perguntar ao senhor. 1,2,3 diga lá outra vez... Quando confrontado com um pedido de esclarecimento em relação às suas declarações, o poético político respondeu muito iluminadamente:

“ Ai o raio da jornalista que não vê que estou ao telefone hã! O que eu disse filhinha foi o que eu disse logo é claro como água o que eu disse sobre o preciso assunto de que falei, não?!”
(Foi algo assim, porque, como já uma vez frisei algures, as citações* têm uma tendência para se alterarem ligeiramente a caminho da redação do K1111)

Ora, bondosa e prestável como sou, venho aqui esclarecer jornalistas e políticos e comentadores e todos os interessados sobre o conteúdo da mensagem poética do nosso Manuel (not so) Alegre. Aqui vai a versão resumida:

“Portugal está uma merda. É tudo uma merda: Protecção Civil, Administração Pública, Finanças, autarquias, cultura, serviços, politica, Saúde, Justiça, etc, etc, etc. Em suma, Portugal inteirinho está na merda. Posto isto considero que algo está mal e alguém tem de o pôr bem. Não é o Cavaco (aka marafado fascista dos Algarves) nem o Soares (aka D. Sebastião), esse amigo da onça com a mania que é bom, que vai fazer isso e meus caros é por isso que aqui me apresento, porque também não sou eu! Adeus e obrigado, então.”

E foi isto. Um poemazinho na volta tinha feito melhor figura. Algo nas linhas de…

O meu partido não me apoia
Oh tristeza! Oh Soares!
Portugal está feito numa poia
Até imposto pagas para te assoares

Queria ser Sebastião, Cristo, O Salvador
Abanar o barco mas não o quebrar
Não me resta no então senão a dor
De vos atazanar e bazar
Com sofrer de mártir me despeço com amor
Não mais Portugal vou salvar
Coitadinho de mim! Que horror!

Que tal? Ao menos era bem mais curto… Já alguma vez mencionei que não gosto lá muito de poesia?

CHESB

*
Citações são coisas muito frágeis que tem de ser transportadas em ambiente criogenado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem, mas o Manuel Alegre precisa de falar para fazer má figura... o Soares quando o vi na apresentação da candidatura, primeiro pensei que fosse o lar de terceira idade...