Vamos lá cultivar sabedoria - parte I

Temos todos que aprender uns com os outros (e com os erros dos outros). Deixo-vos aqui o mais vivo testemunho da cultura histórica de muitos universitários, revelada em provas orais sobre o 25 de Abril:

Exemplo 1: Instituto superior da capital, 1º ano de Relações Internacionais.
A cadeira é Ciência Política. O professor é um distinto deputado à Assembleia da Republica. A aluna, com rara convicção, explica ao examinador tudo o que se passou no 25 de Abril de 1974:

"A revolução de 74 significou a queda de um regime militar dominado pelo almirante Américo Tomás e pelo marechal Marcelo Caetano, que governava o país depois de deposto o ultimo rei de Portugal, Oliveira Salazar. O 25 de Abril foi uma guerra entre dois marechais: o marechal Spínola e o marechal Caetano".

Exemplo 2: Universidade privada em Lisboa. 3º ano de Relações Internacionais. Diálogo divertidissimo entre aluna e professor:

Professor: - Descreva-me brevemente o que foi o 25 de Abril de 1974.
Aluna: - Foi um golpe levado a cabo pelos militares, liderados por Salazar, contra Marcelino Caetano.
Professor (já disposto a divertir-se): - E como enquadra o processo de descolonização nesse contexto?
Aluna: - Bem, a guerra em África acabou quando Sá Carneiro, que entretanto subiu ao poder, assinou a paz com os líderes negros moderados. Foi por causa disso que ele e esses líderes morreram todos em Camarate.
Professor: - Já agora, pode dizer-me quem era o presidente da Republica Portuguesa antes de 1974?
Aluna: - Samora Machel.

Exemplo 3: Universidade privada em Lisboa. Prova oral da cadeira de Direito Constitucional:

"O que aconteceu no 25 de Abril foi o inicio do regime autoritário salazarista. Mas quem subiu ao poder foi o presidente do então PSD, Álvaro Cunhal, que viria a falecer em circunstancias misteriosas no acidente de Camarate."

E fez-se luz no mundo! Já estou mais elucidada...

Maria das Patacas (abismada e prometendo voltar brevemente com mais exemplos)