Quero ser uma fã do Tony!

Gaja, também tu queres ser uma fã incondicional do Tony Carreira? Eis, pois, os requisitos mínimos para o seres:
- Seres uma gaja entre os 30- 40 anos, carente e sem amor-próprio, que sofre com estas músicas de triste vagabundo solitário nas ruas do amor ou um casal idoso inútil cujas canções os fazem chorar a relembrar esses tempos antigos pelos quais nunca passaram;

- Estares preparada para longas viagens de camioneta só para o ires ver, mesmo que seja ao cú de Judas;

- Teres em casa – atenção que isto é muito importante – a Gaveta do Tony (intitulada assim pelo teu marido que se orgulha porque a sua mulher lhe anda a meter os cornos com o dito cujo cantor. Afinal de contas, engana-me mas com estilo mulher. Não quero vizinhos ranhosos ou pescadores pobres. Ao menos engana-me com um Pinto da Costa, um Virgílio Castelo ou com o Tony Carreira);

- É essencial possuíres dvd’s, biografias, recortes de revistas, fotografias e cd’s autografados;

- É também importante a triste ilusão que lá porque se tem um autógrafo a dizer “Um chicoração do amigo Tony Carreira” és a maior do mundo – e que ele, de facto, é teu amigo;

- Inventar e cantar hinos do tipo: “Tu és a nossa estrela, a nossa alegria, são as fãs do Algarve que te assobiam”;

- Saber as letras de cor e salteado (até melhor que o próprio Tony);

- Bater palmas fora do ritmo da música – e olha que isto não é para todos (se queres praticar, basta veres qualquer actuação de qualquer chamado artista que vá a um dos programas da manhã dos 3 canais – porque a 2 nunca entra nisto - e copiar toda a movimentação do público que está no estúdio);

- Envergar t-shirts com estampados de uma fotografia tua e dele (montagens não são aceites);

- Seres capaz de ficar a abanar em pleno concerto uma daquelas velas que faíscam por todo o lado e queimam os dedos (daí se explicam alguns daqueles gritos agudos no meio dos concertos);

- Fazer coreografias para cada música e, se tiveres bastante sorte, também tu “gaja louca pelo Tony” podes seres uma bailarina e voz de coro, que o acompanha em todas as digressões, disposta a usar fantásticas roupas e a repetir gestos de dança como o “estala o dedo puxa o braço para trás, muda para o outro braço, estala o dedo, puxa o braço para trás, sempre acompanhando com a anca”;

- Seres uma francesa idiota com um sotaque “horrible” que se veste de vermelho e verde, provavelmente com a ilusão que isso a faz portuguesa e que não dispensa a música do emigrante (“Sou um emigrante muito distante, lá, lá, lá…”);

- E teres em presente – como a CHESB disse e muito bem - que “Isto é Deus no Céu e o Tony na Terra”. Aleluia irmã, aleluia;

Xúphia (que escreve estes requisitos tendo sempre presente “A” música “E hoje a cantar, não posso esquecer aquele lugar, que me viu nascer. Criança que fui e homem que sou e nada mudou… lá, lai, lai… E os sonhos de menino…”. Tony, tu ‘tás cá dentro!!!!)